terça-feira, 27 de abril de 2010

JOANA BERETTA MOLLA: uma santa de nossos dias

Dia 28 de Abril a Igreja Católica lembra uma grande mulher da contemporaneidade: Giana Beretta Molla (1922-1962) . Apesar de estarmos vivendo em "tempos modernos" ainda persiste a falsa ideia de que a santidade está reservada para uns poucos privilegiados, religiosos e religiosas, membros do clero, revestidos do hábito ou da batina. O testemunho de Joana mostra-nos o quanto esse pensamento é equivocado. Afinal, como nos demonstrou a teologia espiritual de São Francisco de Sales, assumida pelo Concìlio Vaticano II de modo mais explicíto, todos somos chamados à santidade e muito mais os que somos batizados pela água e pelo Espírito, conforme a promessa de Cristo.
Santa Giana, no momento decisivo, não aceita abortar sua filha, mesmo sabendo que corre risco de vida. Sua vida toda culmina neste grande gesto de amor, verdadeiro testemunho da presença de Jesus de Nazaré, que é o Cristo em sua vida.
É necessário que estejamos abertos ao Espírito de Deus para acolher o dom da fé e da vocação para a qual cada um de nós é chamado.

Santidade: acolher o dom de Deus na simplicidade da vida*

Italiana nascida em Magenta (Milão) em 04 de outubro de 1922, filha de Alberto e Maria Di Micheli, décima de treze filhos. Desde a sua primeira juventude acolhe com plena adesão o dom da fé e da educação cristã que recebe dos ótimos pais, que a levam a considerar a vida com um dom maravilhoso de Deus, para ter a fé na Providência, a ser certa da necessidade e da eficácia da oração.

A primeira Comunhão, a idade de cinco anos e meio, assinala em Joana um momento importante, dando início a uma assídua frequência a Eucaristia, que se volta sustenta e luz de sua infância, adolescência e juventude.

Naqueles anos não faltaram a dificuldade e a dor: troca de escola, saúde fraca, mudança da família, doença e morte dos pais. Tudo isto, mas não produz traumas ou desiquilíbrio em Joana, dada a sua riqueza e a profundidade de sua vida espiritual, ademais se afina a sensibilidade e potencia a virtude.

Médica e apóstola

Nos anos de Liceu (escola) e da universidade, no entanto, se dedica com deligência aos estudos, traduz a sua fé num empenho generoso de apostolado entre os jovens na Ação Católica e de caridade para os idosos e os necessitados na Conferência de S. Vicenzo. Doutorada em Medicina e Cirurgia em 1949 na Universidade de Pavia, e abriu em 1959 um ambulatório médico em Mesero e se especializa em Pediatria na Universidade de Milão em 1952.

Quando cumpre a sua obra de médica, que sente e pratica como uma missão, aumenta seu empenho generoso na Ação Católica, e, ao mesmo tempo, descansa com a música, pintura, o esqui e o alpinismo a sua grande alegria de viver e de alegrar-se do encanto da criação.

Vocação: formar uma família verdadeiramente cristã

Joana se pergunta, rezando e fazendo rezar, sobre sua  vocação, que considera também essa um dom de Deus. Inicialmente pensa de fazer-se missionária leiga no Brasil para ajudar o irmão padre Alberto, médico e missionário capuchinho em Grajaú. Mas o Senhor a chama à vocação do matrimônio, e Joana abraça este estado com todo o entusiasmo e se empenha a dar-se totalmente "para formar uma família verdadeiramente cristã".




Casa-se com o engenheiro Pietro Molla aos 24 de setembro de 1955, na basílica de São Martino em Magenta e é uma mulher feliz. Em novembro de 1956, é mãe muito feliz de Pierluigi; em dezembro de 1957, de Mariolina; em Julho de 1959, de Laura. Sabe harmonizar com simplicidade e equilíbrio, os deveres de mãe, de esposa, de médica em Mesero e Ponte Nova de Magenta, e a grande alegria de viver.

Os primeiros filhos

Em setembro de 1961, no final do segundo mês de gravidez, vê-se atingida pelo sofrimento e pela dor. Aparece um fibroma no útero. Antes de ser operada, embora sabendo o grave perigo de prosseguir com a gravidez, suplica ao cirurgião que salve a vida que traz em seu seio e, então, entrega-se à Divina Providência e à oração. Com o feliz sucesso da cirurgia, agradece intensamente a Deus a salvação da vida do filho. Passa os sete meses que a distanciam do parto com admirável força de espírito e com a mesma dedicação de mãe e de médica. Receia e teme que seu filho possa nascer doente e suplica a Deus que isto não aconteça.

Não há maior prova de amor que dar a vida

Alguns dias antes do parto, sempre com grande confiança na Providência, demonstra-se pronta a sacrificar sua vida para salvar a do filho: «Se deveis decidir entre mim e o filho, nenhuma hesitação: escolhei - e isto o exijo - a criança. Salvai-a». Na manhã de 21 de abril de 1962 nasce Joana Manuela. Apesar dos esforços para salvar a vida de ambos, na manhã de 28 de abril, em meio a atrozes dores e após ter repetido a jaculatória «Jesus eu te amo, eu te amo» morre santamente. Tinha 39 anos. Seus funerais transformaram-se em grande manifestação popular de profunda comoção, de fé e de oração. A Serva de Deus repousa no cemitério de Mêsero, distante 4 quilômetros de Magenta, nos arredores de Milão (Itália).

«Meditata immolazione» (imolação meditada), assim Paulo VI definiu o gesto da Beata Gianna recordando, no Ângelus dominical de 23 de setembro de 1973, «uma jovem mãe da Diocese de Milão que, para dar a vida à sua filha sacrificava, com imolação meditada, a própria». É evidente, nas palavras do Santo Padre, a referência cristológica ao Calvário e à Eucaristia.


Seu testemunho é colocado como modelo para toda a Igreja

Giana (Joana) Beretta Molla foi proclamada Beata dia 24 de abril de 1994 e Santa dia 16 de maio de 2004, pelo Papa João Paulo II. Sua festa votiva é dia 28 de abril. Sobre a canonização de Santa Joana clique aqui.


* Texto adaptado de um folheto sobre a vida de Santa Giana da Editrice VELAR (BG), português. D020 - http://www.velar.it/ -
Conferir também:
 

Infográfico da comunidade Shalom: https://comshalom.org/santa-gianna/

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