Santa Joana Francisca Frémyot nasceu em Dijon, França no dia 23 de janeiro de 1572. Seus pais eram Benigno Frémyot, Presidente do Parlamento da Borgonha e Margarida de Berbisey. A mãe morreu quando ela tinha apenas dezoito meses de vida. O pai, um distinto homem de muita personalidade e fé, a influenciou muito na sua infância.
Aos vinte e um anos casou-se com o Barão Christophe Rabutin-Chantal. Desta união nasceram seis filhos. Dois deles morreram na primeira infância. Um menino três meninas sobreviveram. (Celso Benigno, Maria Amada, Francisca e Carlota) Após sete anos de casamento ideal, o seu marido morreu em um acidente caça. Ela educou seus filhos no cristianismo.
No outono de 1602 seu sogro, Guy de Rabutin, Barão de Chantal, pediu-lhe com insistência que fosse viver no castelo de Monthelon, onde vivia quase sozinho e necessitava de alguém que lhe ajudasse. Este senhor tinha sido um homem terrível em sua juventude e agora, já velho, era melhor do que antes, porém se deixava dominar por um mau gênio tremendo e por um modo muito áspero de tratar as pessoas. Ficou ali sete anos. Na porta do Castelo de Monthelon estava escrita a frase: ”a virtude aumenta com o sofrimento”. Ali imperava a desordem e que se derrocava o dinheiro. Uma servente havia levado a viver ali seus cinco filhos e gastava sem medo nenhum o dinheiro da casa. A baronesa se apressou a avisar o sogro a respeito de tudo isso. A servente que via com maus olhos a chegada desta senhora se havia antecipado e havia enchido a cabeça do velho com muitas coisas contra ela. O velho arremeteu insultos contra Joana e lhe fez saber que a servente e somente a servente é quem mandaria naquela casa. É admirável que durante sete anos a senhora Joana Francisca, dona e senhora do seu antigo Castelo de Chantal, será a servidora obediente desta terrível servente a quem o velho sogro deixou todo o poder sobre seu castelo e bens.
Joana Francisca era irmã do Arcebispo de Bourges, André Fremyot. Em 1604 este convidou Francisco para pregar a quaresma em Dijon. Foi nesta quaresma que a Baronesa de Chantal, Joana Francisca, se encontrou pela primeira vez com Francisco. Confessa-se e diz que já tem outro diretor. Um diretor severo. Impôs-lhe 4 votos, entre os quais nunca trocar de diretor espiritual. Francisco não assume logo. Mas na 1ª parada, ao sair de Dijon, escreveu para ela: “Creio que Deus me entregou a você: cada vez estou mais seguro”. Daí em diante foram inúmeras as cartas que trocaram, na direção espiritual. Em 24 de agosto de 1604, dia de são Cláudio, se encontraram novamente. Neste encontro estavam presentes a mãe do santo e as sras Brulart e Rosa Bourgeois. No dia 25 disse a ela: “estou cansado... Fiquei quase toda a noite ocupado com vosso assunto. Estou certo que é vontade de Deus que eu me encarregue de dirigir-vos espiritualmente e que sigais meus conselhos. Estes quatro votos de antes não valem mais nada. Servem somente para tirar a paz de uma consciência.”
A partir de 25 de agosto de 1604, Santa Joana Francisca Frémyot de Chantal será a Filha de São Francisco de Sales. E assim começou a direção espiritual. A baronesa continua sua vida, ajudando os pobres e cuidando dos enfermos de modo abnegado. Francisco vai orientando seus passos... vai corrigindo certas coisas... O dia 04 de junho de 1607 marca o 1º ato oficial da fundação da Visitação. Francisco diz a Chantal: “Minha Filha, resolvi o que quero fazer de ti. E ela: meu Pai, estou resolvida a obedecer. E ajoelhou-se diante dele. Vais entrar em Santa Clara...Irmã no hospital de Beaune...carmelita... Por último explicou o projeto que tinha sobre nosso Instituto.
Aparecem os obstáculos: morte de Joana (irmã de Francisco de Sales)... Casamento de Bernardo com sua filha Maria Amada. Dificuldades de educar seus filhos na casa do sogro. Seu pai arranjou tudo: se encarregaria da educação do neto. As meninas iriam para um claustro. Em 1610 morre a filha mais nova, Carlota. Morre a mãe do santo. No dia 13 de outubro de 1609 celebrou-se o matrimonio entre o irmão menor de Francisco e a filha de Joana de Chantal: Bernardo de Sales e Maria Aimée. Foi um cerimônia muito solene assistida por todos os vizinhos dos arredores, além do Sr. de Chantal e o Presidente Frémyot, avós da noiva. Foi um matrimonio de eminentes prelados: o Arcebispo irmão de Joana e tio da contraente e o bispo Francisco, irmão do noivo. Monsenhor Camus numa recordação escreveu: “A noiva é verdadeiramente bela e o noivo possui uma agradabilíssima conversa.”
A baronesa abandona sua casa na quaresma de 1610 (4 de abril) e vai para Sales. Já estava chegando a porta de saída quando seu filho Celso, no meio de comovedoras lágrimas lhe gritou chorando: “mamãe, se quiseres ir terás que passar sobre o corpo de teu próprio filho.” E deitou-se no meio da porta. Ela, num momento de heroísmo disse: “Pois passarei!” e dando um salto valoroso, passou sobre o corpo estendido de seu único filho. Ao sair a rua sentiu que ia desfalecer de emoção e começou a chorar e a estremecer-se. Afortunadamente neste momento chegou um sacerdote que lhe disse: “Cuidado, senhora. Que as lágrimas de um menino não a façam desistir de um bom propósito!”. – “jamais, jamais” disse ela. “Porém o que você quer? Sou mãe! E enxugando as lágrimas voltou a si.
Eles fundaram a Ordem da Visitação de Annecy, no dia 6 de junho de 1610. Seu plano desde o início foi a de criar um instituto religioso de vida ativa algo semelhante ao das Irmãs da Caridade, que S. Vicente de Paulo irá fundar no futuro. No entanto, sob forte pressão do Cardeal Marquemont, arcebispo de Lyon, o Santo foi forçado a abandonar o cuidado dos doentes, dos pobres e dos prisioneiros e de outros apostolados e estabelecer vida religiosa de ordem. O nome oficial era a Ordem da Visitação de Santa Maria. “Segui este caminho, minha queridíssima Filha, e fazei seguir a todas as que o céu destinou a seguir vossas pegadas,” disse Francisco a Joana ao entregar as Constituições. As três primeiras Salesianas foram Joana de Chantal, Jacqueline Favre e Carlota Bréchard. Fizeram a 1ª profissão um ano depois, em 6 de junho de 1611.
Francisco de Sales, para formar suas Filhas no espírito da Visitação, fazia frequentes visitas. (quando podia três vezes por semana). Surgiram assim, as “falas” “conversas” que fazia com elas, às vezes sentado no meio do jardim. É uma espiritualidade baseada na Introdução à vida devota. Oferecer um caminho de perfeição para Quem aspira à perfeição do divino amor... mas que não tem a fortaleza para ingressar nas ordens reformadas.
Um fato na vida de Santa Joana foi providencial. Joana teve a oportunidade de ter como diretor espiritual São Francisco de Sales e São Vicente. E todos os escritos da Santa revelam a inspiração do Espírito Santo nestes grandes homens. S. Joana escreveu muitas cartas a S. Francisco de Sales, buscando direção espiritual. Infelizmente, depois da morte de S. Francisco a maioria das cartas lhe foram devolvidas pela família dos Sales. Como era de se esperar, ela as destruiu, não por maldade, mas por modéstia, não querendo que as pessoas soubessem o conteúdo das mesmas. Mas ela conservou as que Francisco lhe escreveu. Assim, o mundo ficou privado daquilo que poderia ter sido uma das melhores coleções de obras de natureza espiritual.
Em 1641, a rainha Ana d’Áustria convidou-a para ir a Paris, cumulando-a de honras e distinções. Era a exaltação que a Realeza prestava à Santa que foi, em vida, comparável à própria Mulher forte do Antigo Testamento. Entregou sua alma a Deus em Moulins, a 13 de dezembro de 1641.
Foi beatificada por Bento XIV a 13 de novembro de 1751 e canonizada por Clemente XIII em 16 julho de 1767. À data de sua morte, a Congregação já contava com 87 conventos e, no primeiro século de existência, com 6.500 religiosas.
Fonte: Blog Tudo por amor, nada por força! do P. Tarcizio Paulo Odelli, sdb, para acessá-lo clique aqui.
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