Uma
pessoa que morava perto do Becchi, povoação natal de D. Bosco, tinha recebido
em sua casa um forasteiro.
Todo o
mundo comentava o caso; mas, como sempre, ninguém ousava, por termo ao
escândalo, que era certo.
Margarida,
a mãe de D. Bosco, encarregou-se disso.
Um belo
dia dirigiu-se para a casa da tal pessoa, acompanhada pelo filho. Chegando lá,
bateu à porta e chamou pelo nome:
- Marta!.... Marta!...
Passaram-se
alguns minutos; por fim ela apareceu no vão da porta que conservou entreaberta
e começou a dizer muito atrapalhada:
- É você, Margarida?!... que bons ventos a
trazem?
- Sim, Marta, sou eu. Posso falar-lhe um instante?
- À vontade.
- Então você é Marta, a filha do homem santo
que foi seu pai?
- Justamente!
- E você é cristã?
- Que pergunta!
- Vai a Igreja? Comunga pela Páscoa?
- Qual o fim deste interrogatório?
- Pois bem, você quer que eu, sua amiga, a
condene ao inferno?
Marta,
que não precisava de melhor explicação para entender do que se tratava,
balbuciou corando:
- Você bem sabe como a minha situação é
triste!
- A sua obrigação é não dar escândalo e
evitar o inferno!
- Não sei o que fazer.
- Se você não sabe, eu sei!
E aproximando-se
da porta, escancarou-a, gritando:
- Fora daqui, escravo do demônio!... Fora
daqui, assassino de almas!
Enquanto
isso, as pessoas da vizinhança aglomeravam-se em frente à casa começavam a vociferar.
Em vista disso o patife, cujo desejo era estar bem longe dali nessa hora,
procurando uma saída, fugiu precipitadamente tropeçando e descambando pelos
declives abaixo.
Depois desse
dia, ninguém mais o viu nas redondezas.
***
FONTE: CHIAVARINO, SORRISOS de DOM BOSCO. VI Edição, Ed. Paulinas, São Paulo, 1959, o "sorriso" de hoje encontra-se à páginas 14 a 16.
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