terça-feira, 31 de maio de 2016

6. O heroísmo de sua mãe

Uma pessoa que morava perto do Becchi, povoação natal de D. Bosco, tinha recebido em sua casa um forasteiro.
Todo o mundo comentava o caso; mas, como sempre, ninguém ousava, por termo ao escândalo, que era certo.
Margarida, a mãe de D. Bosco, encarregou-se disso.

Um belo dia dirigiu-se para a casa da tal pessoa, acompanhada pelo filho. Chegando lá, bateu à porta e chamou pelo nome:

- Marta!.... Marta!...

Passaram-se alguns minutos; por fim ela apareceu no vão da porta que conservou entreaberta e começou a dizer muito atrapalhada:

- É você, Margarida?!... que bons ventos a trazem?

- Sim, Marta, sou eu. Posso falar-lhe um instante?

- À vontade.

- Então você é Marta, a filha do homem santo que foi seu pai?

- Justamente!

- E você é cristã?

- Que pergunta!

- Vai a Igreja? Comunga pela Páscoa?

- Qual o fim deste interrogatório?

- Pois bem, você quer que eu, sua amiga, a condene ao inferno?

Marta, que não precisava de melhor explicação para entender do que se tratava, balbuciou corando:

- Você bem sabe como a minha situação é triste!

- A sua obrigação é não dar escândalo e evitar o inferno!

- Não sei o que fazer.

- Se você não sabe, eu sei!

E aproximando-se da porta, escancarou-a, gritando:

- Fora daqui, escravo do demônio!... Fora daqui, assassino de almas!

Enquanto isso, as pessoas da vizinhança aglomeravam-se em frente à casa começavam a vociferar. Em vista disso o patife, cujo desejo era estar bem longe dali nessa hora, procurando uma saída, fugiu precipitadamente tropeçando e descambando pelos declives abaixo.

Depois desse dia, ninguém mais o viu nas redondezas.

***
FONTECHIAVARINO, SORRISOS de DOM BOSCO. VI Edição, Ed. Paulinas, São Paulo, 1959, o "sorriso" de hoje encontra-se à páginas 14 a 16.

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