terça-feira, 26 de setembro de 2017

9. Queria ser padre a todo custo


Muito estudioso e aplicado desde os tempos de criança. Joãozinho recusava-se, não raro, a tomar parte nos folguedos[1] dos companheiros. Um belo dia os meninos acabaram ficando melindrados e passaram das palavras às pancadas.
Em lugar de se defender e reagir, João disse-lhes:

 - Surrem-me à vontade, mas não será por isso que eu deixarei de ser padre algum dia.

- Oh! Olhem o Reverendo, olhem o Reverendo... puseram-se a gritar os moleques em tom de troça.

João, em tom de quem emite uma profecia, continuou:

 - Sim, hei de ser padre e vocês irão se confessar comigo!

Tais palavras e sobretudo firmeza com que foram ditas bastaram para impressioná-los e comovê-los. Daquele dia em diante, quando o apanhavam lendo ou rezando, não o aborreciam mais, mas esperavam que ele terminasse; só então corriam para ele cheios de jubilo para gozar da sua amável companhia. Ele então os divertia contando-lhes casos leves e amenos do seu rico e variado repertório e ensinava-os a cantar belos louvores e canções honestas.
Muitos anos depois, quando a profecia se realizou e ele se tornou sacerdote, todos iam se confessar com o antigo companheiro, seja em Becchi, em Catelnuovo ou em Turim. Riam então, de bom grado, relembrando com ele as travessuras da mocidade.

***

FONTECHIAVARINO, SORRISOS de DOM BOSCO. VI Edição, Ed. Paulinas, São Paulo, 1959, o "sorriso" de hoje encontra-se à páginas 19 a 20.

[1] Brincadeira; ação de brincar, de se entreter, de se divertir.


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