Muito estudioso
e aplicado desde os tempos de criança. Joãozinho recusava-se, não raro, a tomar
parte nos folguedos[1] dos
companheiros. Um belo dia os meninos acabaram ficando melindrados e passaram
das palavras às pancadas.
Em lugar
de se defender e reagir, João disse-lhes:
-
Surrem-me à vontade, mas não será por isso que eu deixarei de ser padre algum
dia.
- Oh!
Olhem o Reverendo, olhem o Reverendo... puseram-se a gritar os moleques em tom
de troça.
João, em
tom de quem emite uma profecia, continuou:
- Sim,
hei de ser padre e vocês irão se confessar comigo!
Tais
palavras e sobretudo firmeza com que foram ditas bastaram para impressioná-los
e comovê-los. Daquele dia em diante, quando o apanhavam lendo ou rezando, não o
aborreciam mais, mas esperavam que ele terminasse; só então corriam para ele
cheios de jubilo para gozar da sua amável companhia. Ele então os divertia
contando-lhes casos leves e amenos do seu rico e variado repertório e ensinava-os
a cantar belos louvores e canções honestas.
Muitos
anos depois, quando a profecia se realizou e ele se tornou sacerdote, todos iam
se confessar com o antigo companheiro, seja em Becchi, em Catelnuovo ou em Turim.
Riam então, de bom grado, relembrando com ele as travessuras da mocidade.
***
FONTE: CHIAVARINO, SORRISOS de DOM BOSCO. VI Edição, Ed. Paulinas, São Paulo, 1959, o "sorriso" de hoje encontra-se à páginas 19 a 20.
[1] Brincadeira; ação de brincar, de
se entreter, de se divertir.
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