Maria, Discípula e Missionária à luz do Documento de Aparecida*

Desde os tempos de Abraão, Moisés e dos profetas, Deus toma a iniciativa e chama aqueles que Ele quer. Com Maria não será diferente, mas entre todos os que foram chamados, Ela é a única chamada de Ave cheia de graça no anúncio.

Deus, pleno de amor, insere Maria na alegria do mistério da Salvação e realiza na sua vida e no mundo seu projeto de Salvação na encarnação do Verbo. Maria Mãe de Jesus é mulher representante de um povo, no entanto, é agraciada por Deus, para cooperar na salvação de todos os povos.

Quando recebe a mensagem do anjo Ela se faz serva do Senhor e de todos. “Disse então, Maria: ‘Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!’ E o Anjo a deixou.” (cf. Lc 1, 38). Depois da missão recebida de Deus, ela se coloca a caminho e a serviço da sua prima Isabel (cf. Lc 1, 39-56).

Maria dá testemunho da sua fé antes do nascimento de Jesus até a cruz; E continua sendo presença na comunidade cristã. Também é apresentada como mulher de fé e de oração conhecedora da Glória do Messias, pois não fica intimidada diante de uma necessidade, como podemos refletir no episódio das bodas de Caná (cf. Jo, 2 1-11).

O Documento de Aparecida também nos afirmará: “Maria é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho e formadora de missionários” (D.A, 269). Deste modo podemos compreender que Maria aos pés da cruz recebe a missão de caminhar junto com os cristãos, junto com a Igreja.

Nossa Senhora participa da vida da Igreja e está muito próxima das pessoas e “ocupa, depois de Cristo, na Igreja, o lugar, ao mesmo tempo, mais alto e mais próximo de nós” (LG VIII).

Nesta mesma perspectiva o documento de Aparecida nos exorta: somos convidados a nos tornar discípulos e missionários de Jesus Cristo, tendo a sua Mãe como modelo. “trata-se de confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários”. (D.A,11)

Maria manifesta-se inculturada nos dias de hoje e é sinal de esperança para os povos. Por exemplo: nos templos de Guadalupe e Aparecida as pessoas de todos os lugares, pobres e ricos, enfermos e sãos, encontram um lugar de oração, diante de uma só mãe que é próxima, tanto pelo seu aspecto físico quanto espiritual. Por isso, todos os seus filhos, em Cristo, se sentem em casa e em família.

O Papa Francisco nos ensina que o Discípulo e Missionário não sentirá falta de modelo, pois encontramos nos exemplos de Maria o rumo que podemos assumir como batizados e seguidores autênticos de Jesus.

* Escrita por Diácono José Sávio Mariano, sdb.